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Re: REFLEXÕES SOBRE CRIPTOARTE - NINO ARTEIRO
by
vladimirhf
on 16/10/2019, 23:18:25 UTC
É mais a titulo de doação mesmo - sem a autorização do proprietário do muro a tokenização da obra pode ser contestada, fora o risco de ser destruída. A criptoarte é uma industria muito nova, vai mudar muito ainda... Já existe até criptoarte utilizando arte participativa - um painel com 1 milhão de pixels em que os usuários podem participar realizando alterações ao custo de 1 satoshi por pixel, sendo o pagamento feito pela  Lightning Network.



fonte: https://satoshis.place/
É exatamente o mesmo conceito aplicado do painel do pixEOS Paint (https://paint.pixeos.art/). O tokenomics é interessante, a idéia é que o pixel tenha um valor de recompra sempre superior ao valor de venda, o que faz com que os do centro - que de acordo com pesquisas é o primeiro foco do ser humano ao analisar a imagem - sejam os mais disputados:



Mas a base para essas aplicações é ainda mais antiga, partiu daquele Million Dollar Homepage (http://www.milliondollarhomepage.com/) - US$1 por pixel, que surgiu até antes do BTC. As criptos vieram para ajudar a descentralizar ainda mais a solução.

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Eu acho que, nesse caso do pascal Boyart, não é doação não. É a compra de uma arte, que poderá até ser revendida, caso o comprador queira. A ideia, nesse caso, é que a fotografia virou a arte principal, e não o grafite. Não tem importância se o dono do muro permitiu ou não. Não tem importância se a arte vai ser modificada ou eliminada do muro depois de um tempo. O importante é que ela foi criada e registrada através de uma outra arte: a fotografia.
Bom, ainda assim não vejo como o mesmo valor que a arte original poderia guardar, no sentido de ser única e indivisível. Fotografias são reproduções e, ainda que reservem um valor, principalmente na ausência da obra original, jamais conseguirão dar vazão ao verdadeiro valor da obra.

Todas elas são passíveis de serem reproduzidas e, como sabemos, ocorre aos montes - algumas com características tão peculiares que chega a ser difícil determinar ou não sua veracidade. Mas penso que a partir do momento que a arte origem já é uma reprodução, o controle dela e o valor que carrega perdem força.
Não confundamos aqui o valor da propagação da arte e da satisfação do artista em tê-la proliferado para seu público, com o seu valor financeiro para com o mercado. Meu ponto é que a foto, aqui, já desempenha o papel de "token", seguindo sua linha de raciocínio creio que seria algo como a "tokenização de um ativo digital baseado em um ativo real... que não se sabe origem ou existência".  Grin

Eu não chamaria essas soluções de "arte participativa" mas de "arte competitiva", é uma disputa por espaço. O que se vê nelas é uma reprodução caótica do sistema em constante destruição e recriação, algo mais próximo do pixo.